sexta-feira, 27 de maio de 2016

Quem é Schauble?

Espera aí! Mas as políticas dos últimos 4 anos, tão elogiadas pelo velho Schauble, agora merecem castigo?
O défice excessivo de 2015 em Portugal, de que o governo português actual não é responsável, como é óbvio, porque só governou em Dezembro, merece castigo?
Ou é só por ser um governo que escolheu outro caminho?
Mas Schauble por acaso é Presidente ou Primeiro-Ministro da UE?
E a Alemanha de que Schauble é Ministro das Finanças tem cumprido as regras do défice? E as outras regras?
E a Alemanha manda e os outros obedecem, ainda que moralistas sem moral?
É justo e equitativo pôr todos os países da zona euro no mesmo saco?
Que UE afinal queremos?
Existe de facto solidariedade e igualdade entre Estados?
Quem é Schauble?


quarta-feira, 25 de maio de 2016

Quero um contrato de associação só para mim

Não existe mal nenhum no debate público e mediático. Mas ter escolas públicas a meio gás, que inflacionam o custo médio por aluno, enquanto se financiam escolas privadas ao lado, é criticável à luz de qualquer posição ideológica. O argumento da liberdade de escolha é um argumento estafado. Há liberdade de escolha se existir uma escola pública ao lado de uma escola privada. Não se pode confundir isso com o facto de essa escola privada ser financiada pelo Estado. Quem escolher a escola privada, onde exista uma escola pública nas imediações, tem que pagar por isso. Não tem que ser o Estado a financiar a iniciativa privada.
A igreja católica, que beneficia deste privilégio, veio a terreiro criticar a opção do governo. Mas onde estava a igreja católica quando milhares empobreceram, emigraram e perderam o seu emprego e dignidade no mandato do anterior governo?
Espero que o ministro da Educação não recue e que de forma faseada acabe com o pagode. Porque estamos a falar de educação e crianças. Mesmo as do papá e da mamã. Porque essas escolas barram à entrada os alunos problemáticos. Esses dão muito trabalho, ainda que o Estado pague...

Será esta a melhor forma de debater o assunto? Não me parece...


segunda-feira, 9 de maio de 2016

Fim de semana transmontano

Os custos da interioridade podem ser difíceis de combater. Só com boa vontade, muita boa vontade por parte do poder central, tais custos podem ser mais ou menos esbatidos.
Neste fim de semana foi inaugurado o túnel do Marão. Uma obra que após vários anos de avanços e recuos permite esbater distâncias e assimetrias. Fez bem António Costa em convidar os seus antecessores para a inauguração. Sócrates foi quem lançou a empreitada, Passos continuou-a e coube a Costa terminá-la. O que devia estar na mente de todos era precisamente o dia de festa que representa para a região e não fait divers mais ou menos enviesados. Passos não se quis associar a tal festejo e optou por arranjar uma desculpa mal amanhada dizendo que nunca inaugurou obras enquanto primeiro Ministro. Mentiu e saiu mal na fotografia. Inaugurou pelo menos a nova sede da PJ em Lisboa e o novo museu dos Coches também na capital. Chegou a inaugurar, pasmem-se, uma escola, na qualidade de líder da oposição. Passos, nascido e criado em Vila Real, merecia ter na região, os votos nas próximas legislativas que merece, ou seja, zero.
Também este fim de semana, o Desportivo de Chaves regressou ao convívio com os grandes do futebol, após 17 anos de quase morte. Salvou-o um mecenas da terra. Só o Desportivo consegue ser o farol de toda a região e pôr no mapa a cidade que lhe dá nome. Uma cidade deserta de pessoas, que pagou bem caro os custos da interioridade e do governo de Passos que quis empobrecer o país e incentivou a emigração, em Chaves notou-se e bem. Uma cidade conduzida por um executivo camarário sem ideias nem visão de futuro, que asfixiou o município financeiramente, em obras megalómanas, algumas delas por abrir e que terão custos de funcionamento incomportáveis. À semelhança de Passos Coelho também este executivo camarário deveria merecer uma atenção especial por parte dos Flavienses em próximas eleições autárquicas, com cartão vermelho.
Salva-se o Desportivo...



quarta-feira, 4 de maio de 2016

Já agora... vale a pena ler isto



RODRIGUES DOS SANTOS: “A SEXUALIDADE DAS ONOMATOPEIAS"


SOPA DE PEIXE COM LEITE DE MAMA


Comece por saborear esta deliciosa sopa de peixe com leite de mama, soberba criação daquele que, mais ano, menos ano, será seguramente o segundo português laureado com o Prémio Nobel da Literatura.
Depois, se tiver a milésima parte da pachorra do António Araújo (que leu várias vezes a volumosíssima produção romanesca de JRS nas sucessivas edições portuguesas e inglesas), prossiga a leitura pelos cinco intermináveis episódios da saga “Rodrigues dos Santos: a sexualidade das onomatopeias”, no blogue Malomil, nos atalhos que indico no final.
“Longe, muito longe, vão os tempos da célebre cena da sopa de peixe, levada aos escaparates em Outubro de 2005, no inesquecível romance «O Codex 632». Neste episódio, dos mais marcantes da ficção portuguesa pós-25 de Abril, a estudante Lena Lindholm, uma sueca de «seios atrevidos e generosos» e com «nádegas carnudas», seduz Tomás Noronha, professor da Universidade Nova de Lisboa que naquela época tinha 35 anos e envergava «olhos verdes e cintilantes».
Recordemos o incidente:
«Parou de comer e fitou-o com uma expressão insinuante. “Sabe qual é a minha maior fantasia de cozinheira?”
“Hã?”
“Quando um dia for casada e tiver um filho, vou fazer uma sopa de peixe com o leite das minhas mamas.”
Tomás quase se engasgou com a sopa.
“Como?”
“Quero fazer uma sopa de peixe com o leite das minhas mamas”, repetiu ela, como se dissesse a coisa mais natural do mundo. Colocou a mão no seio esquerdo e espremeu-o de modo tal que o mamilo espreitou pela borda do decote. “Gostava de provar?”
Tomás sentiu uma erecção gigantesca a formar-se-lhe nas calças. Incapaz de proferir uma palavra e com a garganta subitamente seca, fez que sim com a cabeça. Lena tirou todo o seio esquerdo para fora do decote de seda azul (…). A sueca ergueu-se e aproximou-se do professor; em pé, ao lado dele, encostou-lhe o seio à boca. Tomás não resistiu. Abraçou-a pela cintura e começou a chupar-lhe o mamilo saliente.»”